A Vulnerabilidade de Mães Solo: Desromantizando a Ideia de “Mulheres Guerreiras”
DOI:
https://doi.org/10.21727/rm.v15i3.4536Resumo
O presente estudo tem como finalidade conhecer a vivência e a história de algumas mães solo do município de Volta Redonda e adjacências e desconstruir a idealização de que mães solo são mulheres fortes, guerreiras e batalhadoras. Para tal buscar entender o significado e sentido do termo “mãe solo”; investigar a realidade de mães solo e suas experiências de vida; e conhecer a vulnerabilidade vivenciada por mulheres mães solo. A metodologia utilizada no presente artigo se classifica, quanto aos fins, em uma pesquisa qualitativa, de campo e bibliográfica, de caráter exploratório e descritiva, que utilizou como instrumento entrevistas semiestruturadas que permitiram as entrevistadas discorrerem livremente sobre o tema da pesquisa. Para compreender a vivência e a história dessas mães, foram realizadas entrevistas com quinze mulheres mães solo na região sul fluminense. Foi possível identificar cinco dimensões de análise que se revelaram primordiais para o objetivo da pesquisa, como: “A aliança: poder e respeito”, “A naturalização do abandono paterno”, “O peso da maternidade solitária”, “Não é amor, é abuso” e “Mães que caminham sozinhas: a romantização da sobrecarga”. Na primeira dimensão, abordou-se o preconceito vivenciado por essas mulheres, onde foi destacado que a aliança tem um peso significativo no meio social. Referente a segunda dimensão, foi exposto a naturalização do abandono paterno perante a sociedade. Na terceira dimensão, foi tratado o sentimento de culpa e arrependimento existentes na vida das mães solo em consequência do abandono paterno. A quarta dimensão trata do relacionamento abusivo que 13 das 14 mulheres entrevistadas relatam terem vivido com o pai de seus filhos. A quinta e última dimensão traz a reflexão da sobrecarga na maternidade solo, bem como suas fragilidades perante essa jornada solitária. Observou-se que expressões como “mulheres fortes e guerreiras” direcionadas as mulheres mães solo são construídas pelo meio social que romantiza o peso da maternidade solo, bem como naturaliza o abandono paterno. É essencial a real compreensão dessas vivências, sem rótulos, uma vez que são experiências únicas e delicadas de serem vividas.
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