A Vulnerabilidade de Mães Solo: Desromantizando a Ideia de “Mulheres Guerreiras”

Autores

  • Jarmara Garcia Laurindo Pereira Centro Universitário Geraldo Di Biase
  • Larissa Atanazio Xavier Centro Universitário Geraldo Di Biase
  • Camila Miranda de Amorim Resende Centro Universitário Geraldo Di Biase https://orcid.org/0000-0003-3820-8723

DOI:

https://doi.org/10.21727/rm.v15i3.4536

Resumo

O presente estudo tem como finalidade conhecer a vivência e a história de algumas mães solo do município de Volta Redonda e adjacências e desconstruir a idealização de que mães solo são mulheres fortes, guerreiras e batalhadoras. Para tal buscar entender o significado e sentido do termo “mãe solo”; investigar a realidade de mães solo e suas experiências de vida; e conhecer a vulnerabilidade vivenciada por mulheres mães solo. A metodologia utilizada no presente artigo se classifica, quanto aos fins, em uma pesquisa qualitativa, de campo e bibliográfica, de caráter exploratório e descritiva, que utilizou como instrumento entrevistas semiestruturadas que permitiram as entrevistadas discorrerem livremente sobre o tema da pesquisa. Para compreender a vivência e a história dessas mães, foram realizadas entrevistas com quinze mulheres mães solo na região sul fluminense. Foi possível identificar cinco dimensões de análise que se revelaram primordiais para o objetivo da pesquisa, como: “A aliança: poder e respeito”, “A naturalização do abandono paterno”, “O peso da maternidade solitária”, “Não é amor, é abuso” e “Mães que caminham sozinhas: a romantização da sobrecarga”. Na primeira dimensão, abordou-se o preconceito vivenciado por essas mulheres, onde foi destacado que a aliança tem um peso significativo no meio social. Referente a segunda dimensão, foi exposto a naturalização do abandono paterno perante a sociedade. Na terceira dimensão, foi tratado o sentimento de culpa e arrependimento existentes na vida das mães solo em consequência do abandono paterno. A quarta dimensão trata do relacionamento abusivo que 13 das 14 mulheres entrevistadas relatam terem vivido com o pai de seus filhos. A quinta e última dimensão traz a reflexão da sobrecarga na maternidade solo, bem como suas fragilidades perante essa jornada solitária. Observou-se que expressões como “mulheres fortes e guerreiras” direcionadas as mulheres mães solo são construídas pelo meio social que romantiza o peso da maternidade solo, bem como naturaliza o abandono paterno. É essencial a real compreensão dessas vivências, sem rótulos, uma vez que são experiências únicas e delicadas de serem vividas.

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Biografia do Autor

Jarmara Garcia Laurindo Pereira, Centro Universitário Geraldo Di Biase

Graduada em Administração pela instituição Centro Universitário Oswaldo Aranha - UniFoa (2016)
Graduanda do décimo período no curso de Psicologia na instituição Centro universitário Geraldo Di Biase (2024).

Camila Miranda de Amorim Resende , Centro Universitário Geraldo Di Biase

Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2005). Mestre e doutora em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social pelo Programa EICOS de Pós-Graduação/Instituto de Psicologia/UFRJ. Atualmente é psicóloga do IFRJ e professora da UGB/FERP Volta Redonda. Principais temas de interesse: educação, família, contemporaneidade, adolescência, promoção da saúde.

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Publicado

12/28/2024

Edição

Seção

Artigos de Demanda Contínua