Os Incels, a Desesperança e a Misoginia
um Estudo Psicanalítico
DOI:
https://doi.org/10.21727/rm.v15i3.4923Resumo
Este artigo objetiva apresentar uma tentativa de compreensão psicanalítica sobre os incels, indivíduos que se reconhecem como celibatários involuntários, a partir dos seus relatos na internet. Organizam-se em comunidades on-line específicas, onde compartilham o incômodo com a falta de relações românticas e sexuais e a posição desfavorecida que ocupam socialmente por não se adequarem ao padrão de masculinidade hegemônico. Foi realizada uma análise de conteúdo em fóruns online incels, de postagens onde os participantes falavam de suas histórias de vida e de suas experiências, sendo selecionados 45 tópicos, dos quais emergiram seis categorias temáticas, compreendidas à luz da teoria kleiniana. Tais categorias centralizaram-se na percepção de um mundo hostil, solidão, desejos de vingança, desesperança, noções rígidas sobre sexo e gênero, bem como um senso de privilégio ferido (no caso, o privilégio de ser alvo do desejo feminino). Nos discursos analisados evidenciou-se a presença de culpa e inveja, do uso exacerbado de defesas psíquicas regressivas para lidar com as angústias, de dificuldades nas relações objetais, que nesses casos culmina com intensas manifestações de insegurança, autodepreciação, impulsos hostis, desesperança e misoginia.
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