O controle da Sereia: trabalho e geração de renda em Saúde Mental
Palavras-chave:
Saúde mental comunitária, serviços de saúde mental, mercado de trabalho.Resumo
Este artigo objetiva trazer à discussão o tema da geração de renda e trabalho do portador de transtorno psíquico grave. O estudo se caracterizou como qualitativo com a produção de dados realizada junto a uma usuária da Rede de Atenção Psicossocial do município do Rio de Janeiro. Utilizou-se a observação participante e entrevista aberta. A análise de dados foi feita a partir do conteúdo das narrativas da usuária e do diário de campo da pesquisadora, tendo-se, para isto, o fundamento dos referenciais teórico-metodológicos de Deleuze, Guattari e Rancière. Os dados apontam os desafios e possibilidades para o acesso do portador de transtorno psíquico ao mercado de trabalho, voltados para as singularidades desta usuária. Considera-se que, com a consolidação de práticas de promoção da vida que medeiem as relações entre a rede de atenção psicossocial e a rede viva do mundo do trabalho. Concluiu-se que é possível desenvolver estratégias que enfrentem o desafio da inserção do portador de transtorno psíquico no mercado de trabalho, a partir da abordagem interdisciplinar e intersetorial desta problemática, levando-se em consideração suas diferentes dimensões.
Downloads
Referências
Conejo SH, Colvero LA. Cuidado à família de portadores de transtorno mental: visão dos trabalhadores. Rev. Mineira de Enfermagem. 2005; 9(3):206- 211.
Amarante P. Loucos pela Vida: A trajetória da Reforma Psiquiátrica no Brasil. 8ª ed. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2013.
Amarante P. Saúde Mental e Atenção Psicossocial. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2011.
Rotelli F. A instituição inventada. In: Nicácio, F. (Org.) Desinstitucionalização (pp. 28-43). São Paulo: Hucitec; 2001.
Pinheiro R, Guizardi FL. Cuidado e Integralidade: por uma Genealogia de Saberes e Práticas no Cotidiano. In: Pinheiro R, Mattos RA (Orgs). Cuidado: as fronteiras da integralidade. Rio de Janeiro: CEPESC/UERJ/ABRASCO; 2006. p. 211-225.
Gomes GF, Sousa CM, Hayashi MCPI. Tecnologia e sociedade: Álvaro Vieira Pinto e a filosofia do desenvolvimento social. Interações (Campo Grande). 2017; 8(2):129-144.
Lacerda A, Valla VV. As práticas terapêuticas de cuidado integral à saúde como proposta para aliviar o sofrimento. In: Pinheiro, R; Mattos, R.A. (Orgs.) Cuidado: as fronteiras da integralidade. Rio de Janeiro: CEPESC/UERJ/ABRASCO; 2006. p. 91-10.
Deleuze G, Guattari F. Mil platôs. São Paulo: Editora 34; 2012.
Rancière J. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Editora 34; 2014.
Basaglia F. A instituição negada. Rio de Janeiro: Graal; 2001.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial. Brasília, DF; 2011.
Brasil. Ministério da Saúde; Coordenação de Saúde Mental; Coordenação de Gestão da Atenção Básica Ministério da Saúde. Circular conjunta n. 01, de 13 de novembro de 2003. Saúde Mental e Atenção Básica: o vínculo e o diálogo necessários. Brasília, DF; 2003.
Merhy EE, Cerqueira MP, Silva E, Santos MFL, Cruz KT, Farnco TB. Redes vivas: multiplicidades girando as existências, sinais da rua. Implicações para a produção do cuidado e a produção do conhecimento em saúde. In: Merhy EE, Baduy RS, Seixas CT, Almeida DES, Slomp H (Orgs). Avaliação Compartilhada do cuidado em saúde: surpreendendo o instituído nas redes. Rio de Janeiro: Hexis; 2016. p. 31-42.
Negri A. Trabalho imaterial. Rio de Janeiro: DP&A Editora; 2001.
Franco T, Merhy E. PSF: contradições e novos desafios. Texto on line; 2009. Disponível em: www.uff.br/saudecoletiva/professores/merhy/artigos-17.pdf
Rodrigues AC, Yasui S. Coordenar como ato de criar. In: Rimoli J, Cayres CO. (Orgs). Saúde Mental e Economia Solidária – Armazém das oficinas: um olhar para além da produção. Campinas: Medita; 2012. p. 157-164.
Brasil. Casa Civil – subchefia para assuntos jurídicos. Lei nº 13.146. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília (DF); 2015.
Pelbart PP. Exclusão e biopotência no coração do Império. São Paulo: PUC; 2007.
Soares LB, Miranda LL. Produzir subjetividades: o que significa? Estudos e Pesquisas em Psicologia da UERJ. 2009;9(2):408-424.
Guattari F, Rolnik S. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes; 1999.
Tallemberg C. Passagens de uma prática clínico-política menor. Tese de Doutorado. Rio de Janeiro: UFRJ; 2014.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o artigo simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Creative Commons CC BY que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original. É a licença mais flexível de todas as licenças disponíveis. É recomendada para maximizar a disseminação e uso dos materiais licenciados.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Ver o texto legal da licença em: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/