O controle da Sereia: trabalho e geração de renda em Saúde Mental

Autores

  • Marcela Pimenta Muniz Universidade Federal Fluminense
  • Ana Lúcia Abrahão Universidade Federal Fluminense
  • Cláudia Mara de Melo Tavares Universidade Federal Fluminense

Palavras-chave:

Saúde mental comunitária, serviços de saúde mental, mercado de trabalho.

Resumo

Este artigo objetiva trazer à discussão o tema da geração de renda e trabalho do portador de transtorno psíquico grave. O estudo se caracterizou como qualitativo com a produção de dados realizada junto a uma usuária da Rede de Atenção Psicossocial do município do Rio de Janeiro. Utilizou-se a observação participante e entrevista aberta. A análise de dados foi feita a partir do conteúdo das narrativas da usuária e do diário de campo da pesquisadora, tendo-se, para isto, o fundamento dos referenciais teórico-metodológicos de Deleuze, Guattari e Rancière. Os dados apontam os desafios e possibilidades para o acesso do portador de transtorno psíquico ao mercado de trabalho, voltados para as singularidades desta usuária. Considera-se que, com a consolidação de práticas de promoção da vida que medeiem as relações entre a rede de atenção psicossocial e a rede viva do mundo do trabalho. Concluiu-se que é possível desenvolver estratégias que enfrentem o desafio da inserção do portador de transtorno psíquico no mercado de trabalho, a partir da abordagem interdisciplinar e intersetorial desta problemática, levando-se em consideração suas diferentes dimensões.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcela Pimenta Muniz, Universidade Federal Fluminense

Doutora em Ciências do Cuidado em Saúde pela Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense; Mestre em Ciências do Cuidado em Saúde; Enfermeira; Professor Adjunto do Departamento de Enfermagem Materno-infantil e Psiquiátrica da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense

Ana Lúcia Abrahão, Universidade Federal Fluminense

PhD em Saúde Coletiva; Enfermeira; Professor Titular do Departamento de enfermagem médico-cirúrgica; Diretora da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense.

Cláudia Mara de Melo Tavares, Universidade Federal Fluminense

PhD em Enfermagem; Enfermeira; Professor Titular do Departamento de Enfermagem Materno-infantil e Psiquiátrica da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense.

Referências

Conejo SH, Colvero LA. Cuidado à família de portadores de transtorno mental: visão dos trabalhadores. Rev. Mineira de Enfermagem. 2005; 9(3):206- 211.

Amarante P. Loucos pela Vida: A trajetória da Reforma Psiquiátrica no Brasil. 8ª ed. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2013.

Amarante P. Saúde Mental e Atenção Psicossocial. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2011.

Rotelli F. A instituição inventada. In: Nicácio, F. (Org.) Desinstitucionalização (pp. 28-43). São Paulo: Hucitec; 2001.

Pinheiro R, Guizardi FL. Cuidado e Integralidade: por uma Genealogia de Saberes e Práticas no Cotidiano. In: Pinheiro R, Mattos RA (Orgs). Cuidado: as fronteiras da integralidade. Rio de Janeiro: CEPESC/UERJ/ABRASCO; 2006. p. 211-225.

Gomes GF, Sousa CM, Hayashi MCPI. Tecnologia e sociedade: Álvaro Vieira Pinto e a filosofia do desenvolvimento social. Interações (Campo Grande). 2017; 8(2):129-144.

Lacerda A, Valla VV. As práticas terapêuticas de cuidado integral à saúde como proposta para aliviar o sofrimento. In: Pinheiro, R; Mattos, R.A. (Orgs.) Cuidado: as fronteiras da integralidade. Rio de Janeiro: CEPESC/UERJ/ABRASCO; 2006. p. 91-10.

Deleuze G, Guattari F. Mil platôs. São Paulo: Editora 34; 2012.

Rancière J. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Editora 34; 2014.

Basaglia F. A instituição negada. Rio de Janeiro: Graal; 2001.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial. Brasília, DF; 2011.

Brasil. Ministério da Saúde; Coordenação de Saúde Mental; Coordenação de Gestão da Atenção Básica Ministério da Saúde. Circular conjunta n. 01, de 13 de novembro de 2003. Saúde Mental e Atenção Básica: o vínculo e o diálogo necessários. Brasília, DF; 2003.

Merhy EE, Cerqueira MP, Silva E, Santos MFL, Cruz KT, Farnco TB. Redes vivas: multiplicidades girando as existências, sinais da rua. Implicações para a produção do cuidado e a produção do conhecimento em saúde. In: Merhy EE, Baduy RS, Seixas CT, Almeida DES, Slomp H (Orgs). Avaliação Compartilhada do cuidado em saúde: surpreendendo o instituído nas redes. Rio de Janeiro: Hexis; 2016. p. 31-42.

Negri A. Trabalho imaterial. Rio de Janeiro: DP&A Editora; 2001.

Franco T, Merhy E. PSF: contradições e novos desafios. Texto on line; 2009. Disponível em: www.uff.br/saudecoletiva/professores/merhy/artigos-17.pdf

Rodrigues AC, Yasui S. Coordenar como ato de criar. In: Rimoli J, Cayres CO. (Orgs). Saúde Mental e Economia Solidária – Armazém das oficinas: um olhar para além da produção. Campinas: Medita; 2012. p. 157-164.

Brasil. Casa Civil – subchefia para assuntos jurídicos. Lei nº 13.146. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília (DF); 2015.

Pelbart PP. Exclusão e biopotência no coração do Império. São Paulo: PUC; 2007.

Soares LB, Miranda LL. Produzir subjetividades: o que significa? Estudos e Pesquisas em Psicologia da UERJ. 2009;9(2):408-424.

Guattari F, Rolnik S. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes; 1999.

Tallemberg C. Passagens de uma prática clínico-política menor. Tese de Doutorado. Rio de Janeiro: UFRJ; 2014.

Downloads

Publicado

2017-12-01